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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Emirados Árabes: os Encantos de Dubai e o desembarque do Cruzeiro

às 14:52
Pensa num post enrolado para sair?

Tenho a sensação de que algo no meu subconsciente não estava permitindo que eu colocasse um ponto final nessa história. 


Muitas coisas aconteceram, desde uma formatação necessária no meu computador, uma cirurgia de emergência da minha mãe (ela está bem, com uma prótese de fêmur e quadril novinhos) e uma mudança para outro país. UFA


ufa_iinspiradas.com

Nem sabe do que eu estou falando? Veja aqui como essa Cruzeiro pelos Emirados Árabes começou.

Essa viagem pelos Emirados Árabes foi encantadora. Como já disse em outro post, passou de destino nem sequer cogitado para quase certo assim que eu tiver uma nova oportunidade. Saudades define, ainda mais revivendo isso tudo para contar para vocês. 

Hoje vou contar um pouco da nossa experiência em Dubai, a última parada da viagem. Estão preparados? Senta que lá vem fotos! 

Por ter apenas um dia na cidade, foi um passeio mais de overview, assim como foi nas demais. Separei aqui um tempo maior para ir aos Souks, mercados muito parecidos com uma feira, não exatamente a céu aberto, mas uma loja ao lado da outra em ruas cobertas onde carros não passam. A promessa era de que aqui eu faria as minha ultimas e melhores compras da viagem. 

Chegamos ao Porto de Dubai ainda de madrugada (Estavamos num cruzeiro, ainda lembram? =D). Tomamos café cedo pois sabíamos que tínhamos que aproveitar todos os minutos ali. O navio ficaria atracado em Dubai até a noite do dia seguinte, mas nós desembarcaríamos na próxima madrugada, pois nosso voo sairia para o Brasil as 9:00. 

Deixamos os navio por volta de 8h. Tínhamos o ticket para o Bigbus, aquele que compramos no primeiro dia da viagem. O shuttle nos pegou no porto e nos levou até o Dubai Mall, ponto onde as duas linhas do BigBus passam.






Nesse trecho percebemos que o jeitão da cidade parecia diferente da Dubai do nosso primeiro dia de viagem. Ficamos por alguns minutos nos perguntando se seria nós que estávamos diferentes, já acostumados ao local. Quase chegando ao shopping, vimos alguns indianos jogando cricket (um dos esportes mais jogados e assistidos por lá) num campo improvisado ao lado de alguns prédios em construção: lembramos que era sexta-feira, e lá este é o domingo dos muçulmanos. Percebemos depois durante todo o dia muito movimento da população local visitando os shoppings, fazendo pic nic nos parques e praias.



Chegando no The Dubai Mall, havíamos decidido não subir no Burj Al Kalifa (o prédio mais alto do mundo, que fica nessa região) por conta da neblina e do pouco tempo que tínhamos. E também do preço. O ingresso para o 124º andar custava 200 dirhams e para o ir também ao 150º andar custava 500 dirhams. 

Teria sido mais sensato subir no primeiro dia, se realmente fosse nossa vontade. O Dubai Mall também já havíamos conhecido. Ali no Mall também era o ponto de saída das duas linhas do BigBus, a vermelha e a verde. Então escolhemos embarcar primeiro na linha verde, já que queríamos fazer os Souks no fim da tarde com a linha vermelha. 



Como pegamos o primeiro horário, o ônibus que pegamos fez a primeira parte da linha verde e se transformou depois na azul, então não precisamos fazer a troca. A linha verde e posteriormente a azul levam ao longo da costa e passam por algumas construções clássicas de Dubai! 

Por todo o caminho vimos construções bonitas e montes de mesquitas. Sério, era quase uma a cada 1000 metros. 








A cidade ao longe, e mesmo nublado o sol fez um efeito bonito aqui!

Cada hotel ostentação...

Um clube apenas para mulheres





Enquanto nos afastávamos da cidade passamos por uma rua que me chamou atenção. Não era exatamente uma beira mar, o mar ainda ficava a uma quadra grande dali. Era uma via de muito movimento, muito bonita e arborizada, com uma bela calçada para passeios. Começou com algumas residencias lindas, até que de repente eram apenas clinicas de estética. Uma do lado da outra, por umas 5 quadras consecutivas. Achei curioso aquilo, tentando entender se as pessoas lá fariam lipo e colocariam silicone. Será que era algo não "controlado" pela religião? Será que os médicos lá são algum tipo de referência? Não tive tempo de me aprofundar nos devaneios, ainda na mesma rua, o comercio mudou para restaurantes de todos os tipos, depois cafeterias e depois começamos a avistar alguma obras já tão conhecidas pela TV, revistas e internet. 

Até que tivemos o primeiro avistamento de outro dos clássicos de Dubai: Burj Al Arab Jumeirah, o único hotel 7 estrelas do mundo, e famoso pelo seu formato de vela e seu luxo interior. Para ter acesso ao hotel você precisa se hospedar ou ter reserva em algum dos restaurantes ou cafés do local. Mais uma vez, preferimos priorizar o overview da cidade e não descemos. Ficou na lista para uma próxima oportunidade, com um asterisco bem grande para juntar dinheiro. Qualquer lanche da tarde em um restaurante ali passa facilmente dos 300 reais.





Mais uns vinte minutos com essas lindas construções e jardins: 





Chegamos a Palm Jumeirah. Já ouviu falar? Com certeza já! Essa foto refrescará sua memória: 



Sim, é uma das ilhas artificiais mais conhecidas do Emirados Árabes! O projeto são 3 palmeiras (Palm Jebel Ali, Palm Jumeirah e Palm Deira) e o conjunto de ilhas The World Island. A Palm Deira, que será a maior de todas, ainda está em contrução.



As palmeiras foram construídas como (mais uma) forma de estimular o turismo em Dubai. Cada uma delas abriga condomínios residenciais de luxo, grandes redes de hotéis e de lojas.


Na entrada, o paisagismo no jardim nos indica onde estamos chegando

Burj Al Arab ali no meio do nevoeiro

Do ponto de vista turístico, além dos hotéis o mais atraente aqui é o complexo Atlantis, The Palm. Ele fica bem na ponta da palmeira e a arquitetura do hotel é famosa!





O complexo é composto por um hotel 5 estrelas, uma parque aquático e um aquário marinho de tirar o fôlego. Nossos colegas de jantar no navio fizeram o passeio no aquário e o rapaz fez inclusive o mergulho. Outro item que ficou na nossa lista para visitar em outra oportunidade.

Já era perto do meio dia quando descemos no Mall of the Emirtes.O segundo shopping mais famoso de Dubai.  Esse é o ponto oficialmente de troca entre as linhas verde e azul. Além de obrigatória para nós voltarmos para a linha verde, tratava-se de uma parada estratégica para comer e ir ao banheiro! 



A arquitetura sempre encantando, olha o detalhe da parte de baixo da escada rolante!

Eles são muito fissurados em altura, tudo precisa ser grandioso...



Tirei foto da placa do McDonalds, mas resolvemos comer na The Cheesecake Factory, por causa disso: 



Tem uma pista de esqui DENTRO DO SHOPPING. NO DESERTO. hahahahahaha. Não esquiamos porque nosso tempo era preciso e nosso foco ainda eram os Souks. 


Minha primeira vez, e não foi nos EUA...

Marido foi de tradicional

Eu pedi um dos que tinha o maior número de calorias =D

Embarcamos novamente no BigBus para completar a linha verde, trocar e pegar a linha vermelha para os Souks. 








Me impressionei com um prédio que ainda estava em
construção, com os vidros todos colocados já. 
Quando isso daria certo no Brasil? hahahahahaha

Chegamos aos Souks! São 4: Perfum Souk, Spice Souk, Gold Souk e Textile Souk. A minha intenção depois de ter olhado no mapa era ir primeiro ao Mercado de perfumes comprar alguns óleos, depois ao mercado do ouro, no de especiarias e por último no de tecidos. E eu sabia que no de especiarias meu marido ficaria fora de si! Hahahahahahahaha 

Descemos do Big Bus e pedimos informação. Nos apontaram uma direção que não parecia ser a certa, porque os turistas com cara de turista estavam indo para o outro lado. Mas seguimos conforme indicado e bam! Lá estava o mercado do ouro!!! 




O ouro mais comercializado ali é o 24k, que apesar de mais valioso é menos cobiçado pelos ocidentais, que não curtem muito o tom amarelo ovo das peças. Eu particularmente também não gosto desse amarelão, e também vi muitas peças com design brega, breguíssimo! Hahahahaha


Marido escolhendo presente pra mim #sqn hahahahahaha


Me identifiquei com o grupo: não dá pra comprar, ostente tirando foto! =D

Mesmo algumas custando mais do que um ano do meu salário, continuaram sendo bregas. Eu queria MUITO um brinco. Minha mãe fez aquele clássico de furar minha orelha quando eu era bebê com um brinco de ouro, e a dita da orelha nunca aceitou muito bem qualquer outro tipo de metal. Se eu uso bijuteria ou prata por meia hora o estrago já está feito. Nunca tive coragem de comprar um brinco numa joalheria no Brasil, porque eu queria um "com balanço" e os pequenininhos já custavam 500 temers ou mais.

Fui com essa ideia fixa, e a ideia de pechinchar também. Entrei numas 3 lojas sem achar nada que fosse do meu gosto. Tudo tinha muita pedra e aí o preço, mesmo melhor que o do Brasil, estava fora do meu orçamento. Até que uma meia hora depois, em uma lojinha numa rua lateral, eu bati o olho nessa coisinha: 



Era o que eu queria: discreto, para o dia a dia, com balanço, sem pedras, de ouro. Esse era de ouro 18k, o amarelo mais discreto. GOSTEI! E aí começou o momento da negociação. Eu tinha colocado na cabeça que eu queria pagar 250 reais no máximo, o que daria uns 70 dólares na época. O preço inicial: $140. Foi uma conversa longa, onde o marido até encenou que não gostou do brinco quando o rapaz começou a dizer que ele deveria me ajudar a pagar. Depois de muita saliva, e de chegar até a porta da loja, $90 era a proposta final. Já meio desesperada, com sentimentos criados pelo dito brinco, ofereci $85 quase suplicando para o moço da loja. Finalmente ele cedeu! Algo próximo de 300 reais. Acabei abrindo um pouco mais a mão porque queria muito, e a negociação tinha chego nos 60% do valor inicial, que é quase regra lá...  

Para constar: comprei muita bijuteria no AliExpress que a caixinha dava de 1000 na que me deram aqui hahahahahahaha Uma caixinha de papelão, com adornos para lembrar uma caixa de presente e, mais uma vez completamente brega. =D

Seguindo o fluxo, acabamos chegado ao Spice Souk quase que se querer. Veja que eu já não tinha consegui achar o local dos perfumes para comprar os óleos essenciais que eu queria... E aqui eu perdi o marido numa dobra do espaço tempo. 



Os becos tinham um aroma peculiar, tanta coisa ali emanando cheiros diferentes que era difícil definir o que me lembrava. Diferente do que qualquer alérgico possa imaginar neste momento, não era um cheiro que incomodava. Lojas de perfumes me incomodariam muito mais. Marido comprou temperos Árabes que, 8 meses depois da viagem, ele ainda está descobrindo para que servem. 

Comprou cardamomo, uma espécie de semente aromática muito consumida com o café e chá. Comprou também pinólis, parece uma castanha com casca, já vi restaurantes caros utilizando-as em saladas e molhos, mas achei o gosto bem normal. Nós torramos elas com casca e comemos pura mesmo, nada especial ou espetacular. Ele comprou um tempero chamado black lemon, o sabor lembra um pouco o da lemon pepper, só que sem a parte da pimenta. o gosto distorce quando se cozinha, bem estranho.

E a coisa que eu acho que ele mais gostou de ter comprado foi o Açafrão. Diferente da maioria dos açafrões vendidos no Brasil, esse não é raiz. É o espículo da flor.


Imagens retiradas do site Sal de Flor


Imaginando a trabalheira que dá para juntar os espículos, esse açafrão é vendido por grama: entre $5 e $15 cada grama, dependendo da onde ele foi plantado e como foi cultivado. Marido comprou 5 gramas de dois tipos diferentes, e depois que a gente olha assim, 5 gramas é bastante.

O jeito mais comum que a gente usa é no arroz. Um ou dois espículos amassados dão cor e sabor para 2 xícaras de arroz cozido. Notamos que o mais caro solta mais cor e sabor. E essa quantidade que ele comprou vai durar até a gente conseguir ir pra lá de novo =D 

Enquanto o marido se perdia nas compras, eu tirei algumas fotos: 






Recomendo comprar as tâmaras recheadas com amêndoas e cobertas por chocolate. Me arrependi de não ter trazido uma caixa.



Quando o marido estava fechando uma das compras de temperos, eu vi num canto quase escondido, uma palavra que me chamou atenção: Henna! Lembrei na hora da Ane e dos seus posts sobre suas maravilhas. Comecei a bater papo com o libanês, dono da lojinha que estávamos, e ele logo disse: "esse da caixinha não, esse é industrializado, não é henna de verdade". Dai ele tira da ultima prateleira de um canto esse pacote:





Na hora eu ri e falei com o marido o que ele achava, se eu não iria perdê-lo na alfândega brasileira hahahahahaha O senhor explicou que era uma henna iraniana, que era a melhor que havia (papo de vendedor), que existia também no mercado a indiana mas que ele não tinha. Minha curiosidade me obrigou a comprar a dele e depois em outra loja comprar a indiana. Paguei 70 dirhams na primeira e 40 na segunda. 

E preciso dizer que a Ane tem razão, henna é só amor! Mas isso é tema para outro post! 

Ficamos tontos com tanta coisa para olhar ali e acabamos não indo até o Souk de tecidos que fica do outro lado do canal. Uma pena, queria muito ter comprado mais lenços mas não deu. Ainda sim foi um dia ótimo. Ficamos ali na beira do Deira Creek. Teve um por do sol lindo, enquanto esperávamos o BigBus para retornar para o navio com nossas compras.

-x-x-x-x-

O retorno ao navio foi cheio de novidades: nosso desembarque seria na madrugada seguinte e estávamos ansiosos pelas instruções! Ao chegar no quarto havia uma fatura sobre nossos consumos, etiquetas para as malas e detalhes de como deveríamos proceder.

Sobre a fatura: tínhamos cadastrado um cartão de crédito, e se quiséssemos bastaria deixar como está, seria debitado e pronto. Mas tínhamos dólares sobrando E na fatura constava uma taxa de arrumação do quarto no valor de 9 euros, duas vezes ao dia. 9eurosx2pessoasx8dias são 144 euros. E de novo, não eram 144 reais. Pedimos para retirar a taxa da fatura de entregamos 50 dólares em mãos para o moço que cuidou do nosso quarto todos os dias. Eu queria muito ter grana sobrando para pagar essas taxas de serviço sem sofrer, mas infelizmente não rola. 

Sobre as malas: primeiro eu coloquei tudo dentro das duas malas que tínhamos, de qualquer jeito, só para poder pesar e saber quanto dava. Quando marido descobriu que tínhamos 4 kg sobrando ele foi no free shop do navio comprar mais duas garrafas de bebida, e eu fiquei fazendo o Tetris. Ao fim tínhamos uma mala de 32kg e uma de 23kg, exatamente como precisávamos para o despacho no voo nacional depois. Fizemos o preenchimento da etiqueta (que era vermelha) com os nossos dados e da cabine, e deveríamos colocá-las para o lado de fora da porta até as 23h. Isso significava ficar com algumas coisas na bagagem de mão para dormir e para a manhã seguinte. No mais, a instrução para que tinha voos entre 7 e 10 da manhã do dia seguinte era que a saída do Porto seria as 5:30 da manhã.

Colocamos a mala no corredor, fomos jantar e na volta ela não estava mais lá. Acordamos do dia seguinte as 4h, nos arrumamos e demos tchau para o quarto. Fomos no restaurante buffet e tomamos um café rápido. As 5:30 nosso grupo foi convidado a desembarcar. Quando chegamos ao saguão do Porto, lá estavam as malas separadas pelos grupos de cor das etiquetas. As nossas etiquetas eram vermelhas.

Achamos as nossas malas, e fomos até o próximo ônibus. Entregamos as malas e seguimos para o aeroporto. 22 horas depois chegamos na nossa casa em Curitiba! 


Felicidade de quem está tão realizada que nem se importa com o 
sono e a longa viagem ainda pela frente.

Aprendi tanta coisa nessa viagem. A começar pela tolerância com o que não conhecemos. O respeito ao estar fora do seu país com uma cultura absurdamente diferente. Aprendi também que o mundo é muito mais do que eu imaginava. Que as distâncias são longas, mas que o cansaço sempre pode ser recompensado com experiências únicas. E se eu já gostava antes, eu descobri que realmente AMO viajar!

Beijos, e até a próxima aventura!

PS: tá chegando agora por aqui? Veja abaixo os outros capítulos dessa jornada.

1 - Emirados Árabes: quanto custa?
2 - Cruzeiro nos Emirados: Upgrade de cabine e Visto
3 - Emirados Árabes: A mala mais errada da minha vida!
4 - Emirados Árabes: 14 horas de viagem
5 - Emirados Árabes: O Embarque do cruzeiro e as primeiras impressões sobre Dubai
6 - Emirados Árabes: A simulação de emergência e Abu Dhabi
7 - Cruzeiro com a MSC: a Comida!
8 - Cruzeiro com a MSC: a Estrutura do Navio!
9 - Omã, o vizinho dos Emirados Árabes
10 - Emirados Árabes: praia e compras em Khor Fakkan
11 - Emirados Árabes: a Ilha de Syr Ban Yas
12 - Emirados Árabes: os Encantos de Dubai e o Desembarque do Cruzeiro

2 comentários:

  1. Amei tudo sobre sua viagem. Vamos embarcar no mesmo cruzeiro dia 16/03. Também vamos usar o Big Red Bus... tudo anotadinho aqui. Valeu as dicas ;)

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  2. Obrigada pelas dicas.Farei a travessia Dubai/Japão com embarque dia 21/03 e suas dicas ajudou-me a planejar a visita aos souks e também Khor Fakkan que faz parte do meu itinerário.

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