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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Tsuru – criatividade e moda zero waste

às 18:02


Durante a confecção de roupas são gerados retalhos que, via de regra, são desperdiçados e acabam se tornando poluidores do meio ambiente. Então imagine a possibilidade de criar peças que não geram esses resíduos. Gostou da ideia? Pois essa é a proposta da Tsuru: modelagens que buscam utilizar os tecidos em sua integralidade.

 Meu primeiro contato com a marca foi através da Open Feira de Design #26, quando conheci a Carolina Rovani, o nome por trás da marca, que traz em sua história a realização do sonho de aliar a moda com o movimento Zero Waste.

Para quem ainda não sabe, o movimento Zero Waste (desperdício zero) é exatamente o que seu nome diz: viver sem produzir lixo (ou tentar pelo menos, diminuindo a produção de lixo), e que conquista cada vez mais adeptos em todo o mundo, inclusive aqui no Brasil.

Na moda, esse movimento se reflete na preocupação com relação ao desperdício (sobras da produção), buscando alternativas para uma produção mais limpa, com o mínimo de resíduos e, por consequência, com seu impacto ambiental.

 E com esse propósito em mente, veio a inspiração para o nome, Tsuru, que foi escolhido pela utilização de modelagens com formas geométricas utilizando pregas e pences assemelhando-se a essa linda técnica do Origami. 

Mantendo o corte geométrico na modelagem (quadrados, retângulos, etc), praticamente não há sobras de tecidos e a forma da roupa surge através da costura (pregas e pences) e das amarrações da peça já pronta (algumas capas podem ser amarradas de três formas diferentes).

Adepta do conceito Slow Fashion, a marca trabalha com uma moda atemporal, as peças são criadas respeitando as dimensões dos tecidos disponíveis, mantendo-se uma produção de pequena escala, acarretando um maior controle sobre a produção, sendo que a maior parte das peças são únicas, agregando o valor do artesanal a peça.

A Tsuru, trabalha com vários tipos de tecidos, apresentando suas capas com tamanhos, cores, formas e texturas distintas, apresentando-se de forma muito criativa com um estilo único.

Saiba um pouco mais sobre história da marca, contada por sua idealizadora, Carolina B. Rovani:

"Em 2010 passei pela experiência de estudar moda na Universidade de Palermo na Argentina onde fiquei por três anos. Dessa experiência trouxe o gosto pelo design independente e autoral argentino.Lá aprendi a brincar com a modelagem e com as silhuetas, através de inúmeros exercícios utilizando pregas, amarrações e volumes.
Para concluir a graduação decidi voltar para Porto Alegre e me formar na Uniritter. O processo que eu havia presenciado na argentina, estava acontecendo por aqui também, marcas locais produzindo peças com história e foco em um propósito maior. Isso me deixou muito animada!
Durante o período de conclusão da faculdade, trabalhei com a marca Solaine Piccoli onde aprendi muito sobre acabamentos e modelagens de alta qualidade, aumentando ainda mais o meu gosto por costura e acabei encontrando um tema apaixonante que se vinculava ao que eu acredito sobre o futuro da moda: o zero waste.
A ideia do Zero Waste na moda é eliminar a geração de resíduos na hora do corte e confecção das peças. Essa tendência caminha ao lado de movimentos como o slowfashion que propõe uma redução no ritmo do consumo para que possamos valorizar a qualidade e propósito acima da quantidade e das tendências. Esses movimentos vão muito além da moda.
Desde a primeira vez que ouvi falar de Zero Waste na modelagem, fiquei encantada com a possibilidade de encaixar todo o molde em um tecido sem que restassem negativos que são descartados. Para que os moldes se encaixem trabalhamos basicamente com formas geométricas, dando forma para o tecido através de pregas, pences e amarrações.
Durante o processo de desenvolvimento do TCC percebi que tinha encontrado o que eu gostaria de estudar e tinha encontrado meu desafio e fonte de inspiração. Esse foi o gatilho para a criação da marca Tsuru alfaiataria".
Outro diferencial que contribui para a exclusividade das peças da Tsuru é o fato de fazerem seus próprios aviamentos, desde os botões até o sistema de amarrações da peça. Esse sistema proporciona uma maior abrangência de tamanhos e a mesma peça pode vestir corpos diferentes causando efeitos diversos. Além disso, sendo as peças utilizadas com amarrações, é possível brincar com suas formas e dimensões sem se prender a um único modelo.


A Tsuru Alfaiataria entrou no mercado neste ano de 2018, há poucos meses, e até agora está focada na produção de capas, mas tem como projeto a criação de uma coleção de verão com saias, calças, blusas e vestidos. 

Eu confesso que já estou aguardando ansiosa a apresentação dessa coleção, porque depois de conhecer as capas da Tsuru, o apaixonar-se é inevitável. A versatilidade das peças e a forma como se moldam no corpo me faz imaginar até onde vai ir a criatividade dessa marca para produzir outras peças de vestuário.

Para conhecer mais e acompanhar as novidades da Tsuru Alfaiataria, siga a marca em suas redes sociais, no Facebook e no Instagram.


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