Sou o tipo de pessoa que fica deslumbrada quando uma marca utiliza uma matéria prima não convencional e super criativa para fazer seus produtos. E quando essa ação está atuando a favor da sustentabilidade, sinto necessidade de compartilhar essas iniciativas.
Os óculos de madeira já são bem conhecidos (até escrevi sobre a minha experiência ao adquirir um neste post aqui), mas tem surgido – ainda que de forma tímida – empresas que buscam matéria prima alternativa para a fabricação das armações de óculos e os resultados são sempre surpreendentes.

Com uma combinação de café moído, serragem de linho e uma cola natural à base de óleo de soja para a fabricação de um polímero natural para as armações dos óculos, estes se decompõe até 100 vezes mais rápido do que os óculos comuns, se degradando completamente após dez anos no solo ou na água, se transformando em fertilizante natural.
A marca também levou sua criatividade para as lentes, que são feitas de algodão reciclável, possuem filtro de proteção à radiação ultravioleta e mudam de cor de acordo com a luminosidade.
E quando pensamos em matéria prima criativa, tenho que mencionar a Parafina, empresa espanhola que utiliza materiais reciclados comprados em aterros e usa, também, lixo marinho coletado do fundo do mar para a fabricação de seus óculos.
Utilizando materiais como alumínio, borracha de pneu, cortiça, bambu e garrafas plásticas, a marca estimula o desenvolvimento de centros de reciclagem, aplicando o slogan "Veja além do lixo", reinventando o mercado de óculos e reintroduzir matéria prima que seria descartada de volta ao uso cotidiano.
E além de minimizar o impacto ambiental com seus produtos, a marca destina parte do lucro para projetos sociais destinados à educação em países em desenvolvimento.
Através de uma experiência impactante foi criada a Bond Eyewear – seu criador, Malcolm Rendle, estava correndo na costa do Rio da Prata quando se surpreendeu com o acúmulo de lixo na costa e, decidido a tomar uma atitude, criou a marca que fabrica óculos a partir de plástico reciclado.
Dentro da caixa dos óculos, há um texto que refere que “é um desperdício quando não é aproveitado”, que demonstra que a marca está preocupada em aplicar a economia circular, trazendo de volta ao ciclo econômico, através da de reciclagem ou da reutilização, essa matéria prima, objetivando causar o menor impacto ambiental possível.
E a marca leva tão a sério a ideia de “fechar o ciclo do desperdício” que oferece a opção de o consumidor levar plásticos domésticos até a loja de Buenos Aires e trocar por desconto na compra dos óculos.
E para fechar essa lista, quero citar uma empresa brasileira que foi a que mais me surpreendeu quanto a matéria prima utilizada: a Sagui – empresa paulista que produz armações a partir do conceito de Economia Circular a partir da reciclagem de tubos de pasta de dente e sacolas plásticas.
Para cada armação são ressignificados, em média de três a cinco tubos de pasta de dente e uma sacola plástica.
Como a produção depende do material que foi reciclado, cada armação de óculos acaba sendo única, pois no processo de reciclagem dos tubos de pasta de dente e das sacolas, as diferentes texturas dos materiais criam padrões aleatórios exclusivos e lindos (fiquei completamente apaixonada por vários modelos).
Atualmente a marca conta com doze modelos de óculos, em seis cores cada, ou seja, são setenta e duas combinações de padrões e cores distintas para encantar qualquer pessoa.
Fico extremamente feliz de ver surgir marcas que utilizam matérias primas originais, com produções responsáveis, dando a nós, consumidores, a opção de escolher e comprar produtos sustentáveis.
Vale lembrar, sempre, que uma vida sustentável não é apenas separar o lixo, alterar o uso de transporte para reduzir a emissão de carbono, ou buscar formas para redução do consumo de energia, mas também é se comprometer com o consumo, apoiando, sempre que possível, empresas com esses projetos ecológicos e inovadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário