Está bem. Mais um post falando sobre a
possível nocividade dos desodorantes e antitranspirantes...
Então por que continuar escrevendo sobre
isso? Respondo: porque não são as respostas que geram mudanças, são as
perguntas! Enquanto permanecermos questionando, as pesquisas sobre a potencial
nocividade desses produtos prosseguirão.
Registro que a intenção deste post não é
publicar um estudo científico sobre a composição dos desodorantes e
antitranspirantes, mas apresentar a visão de uma consumidora que está revoltada com a
forma como a indústria tem se descuidado com a saúde dos consumidores.
Então, aí vai a pergunta: Para que a
indústria deixe de usar componentes potencialmente nocivos para a saúde, só a suspeita é o
bastante? Você já sabe que a resposta é NÃO! Para que a indústria mude, tem que haver um retorno financeiro ou uma ameaça de prejuízo.
Você já leu o rótulo do seu desodorante
ou antitranspirante? Experimente fazer isso e se assuste! A quantidade de
produtos químicos que você está deliberadamente jogando no seu corpo é
assombrosa. Além disso, não se esqueça, sua pele absorve esses produtos.
Pois bem, só para começar, é possível
encontrar parabenos, triclosan e alumínio nos desodorantes e antitranspirantes.
Os parabenos são conservantes químicos (Metil, Propil,
Butil e Etilparabeno) também encontrados em shampoos, sabonetes, cremes, dentre outros produtos de
beleza e higiene pessoal e tem o seu uso aprovado pelas autoridades sanitárias,
sendo classificadas como seguras e de baixa toxidade. Oi? Como assim, é só um
pouquinho tóxico? Se é pouco, então pode? Que tal apresentar como alternativa
um produto 0% tóxico?
Ora, falamos de um produto (desodorante/antitranspirante) usado diariamente,
muitas vezes com mais de uma aplicação diária, sendo possível, desta forma, que
os parabenos acabem por se acumular no nosso organismo.
Cito, apenas como exemplo, um estudo apresentado pela Universidade de
Reading (Edimburgo, Escócia) no ano de 2004, onde foi verificado que 90% das
amostras de pele analisadas de pacientes com câncer de mama continham
parabenos.
Ainda que se conteste esse estudo, sob a alegação de que não há provas
de que os parabenos são cancerígenos e que a presença dos parabenos nas
amostras estaria associada ao uso dos desodorantes ou antitranspirantes, o que
este estudo efetivamente comprova é que nossa pela absorve os parabenos e que estes se acumulam no nosso organismo.
Além disso, os parabenos também podem causar irritação e alergias de
pele, bem como o envelhecimento precoce da pele.
Resumindo, os parabenos tem baixa
toxidade, podem causar irritação, alergia e envelhecimento da pele e como não
está comprovado ser cancerígeno, há apenas uma suspeita, então pode ser usado pelos consumidores.
Bom, eu não quero usar um componente
químico potencialmente nocivo a minha saúde!
Mas vamos prosseguir.
Os desodorantes e antitranspirantes
também podem conter em sua composição o Triclosan, que é um agente anti-séptico que
atua contra bactérias, fungos e bolores e também é usado em cremes dentais e
sabonetes.
Este componente é polêmico e tem gerado pesquisas
que tem sugerido que o Triclosan pode interferir na função da tireóide, prejudicar a contração muscular e
contribuir para a formação de tumores no fígado, considerando-se a
exposição por longo período dessa substância.
Além
disso, os dermatologistas já diagnosticaram dermatites em razão do uso
contínuo, seja pela irritação direta na pele ou decorrente da destruição da
flora de defesa da pele. Um estudo realizado na Suécia em 2006, detectou concentrações mais
altas de Triclosan no leite materno de mulheres que utilizaram sabonete,
desodorante e creme dental que continham essa substância.
É
interessante referir, ainda, que o FDA (sigla de Food and Drug Administration, um órgão
do governo dos Estados Unidos que tem a função de controlar os alimentos e
medicamentos, através de diversos testes e pesquisas) já relatou que não há
qualquer evidência de que o uso de Triclosan cause qualquer benefício à saúde
superior ao uso apenas de água e sabão...
Pois bem,
está evidente que o Triclosan apresenta mais riscos e danos do que benefícios e
que água e sabão são tão eficiente quanto. Então, porque utilizar essa substância que
nosso organismo absorve e acumula ao ponto de estar presente até no leite
materno?
Assim
sendo, novamente pergunto, se há dúvidas sobre o potencial nocivo dessa substância, o correto não
seria deixar de utilizá-la na composição dos desodorantes e antitranspirantes?
Por fim,
vamos falar do polêmico alumínio, que vale citar, também é utilizado em algumas
maquiagens.
Os
derivados de alumínio (cloreto de alumínio, cloridrato de alumínio ou cloridróxido de alumínio) utilizados especialmente nos antitranspirantes, são
utilizados para inibir a sudorese e atualmente, estão sendo utilizados, também,
nos desodorantes.
E aqui
devemos abrir um parêntese:
Nosso
organismo PRECISA suar, pois é neste processo que liberamos toxinas,
controlamos o PH e a temperatura do corpo. Assim, quando utilizamos um produto
que impede o suor, essas toxinas permanecem no nosso corpo e, falando
especificamente das mulheres, em uma região extremamente sensível que são as
mamas.
Certo,
alguém pode alardear que a maior parte das toxinas são eliminadas pelo fígado e
rins, porém, ressalto que além de impedir o suor, esses derivados de alumínio
penetram no nosso organismo e podem atuar como mimetizadores de estrogênio, ou seja,
eles agem como estrogênio no organismo, sendo que em excesso, o estrogênio está
ligado ao aparecimento de cancro nas células mamárias, o que pode levar ao
câncer.
Depois
dessas considerações, insisto na pergunta: se há uma suspeita de que os derivados
de alumínio podem causar câncer, porque ainda fazem parte da composição dos
desodorantes e antitranspirantes?
A indústria
tem se defendido com o jargão de que não existem estudos científicos
comprovando que o uso desses componentes seja nocivo à saúde.
Está bem.
Entendi essa parte. Efetivamente não há qualquer estudo COMPROVANDO, mas
existem SUSPEITAS, o que, por si só, já deveria afastar o uso dessas
substâncias.
O raciocínio
deveria ser: “como não temos certeza, não usaremos”, ao invés do “usaremos até
ter certeza”.
Muito bem,
se a sua vontade, neste momento, é de jogar no lixo o desodorante ou
antitranspirante, não fique pensando que a partir de agora vai suar
descontroladamente.
Existem
opções saudáveis para controlar o suor.
Eu faço meu
desodorante há muito tempo, receitinha básica e fácil.
Misturo 120ml
de Leite de Magnésia, com 60ml de água filtrada, 3 colheres de sopa de óleo de
coco palmiste e algumas gotas de óleo essencial de Gerânio.
Coloco em um
frasco de spray e aplico conforme a necessidade e, como tenho um frasco pequeno
também, posso carregar na bolsa.
Existem muitas receitas
de desodorante na internet, só procurar e ir testando até encontrar aquela
receita que fecha bem com você e suas necessidades.
Agora, se a decisão é
por comprar um desodorante, prefira um que não contenha substâncias tóxicas e
nem suspeitas em sua composição.
O mercado de produtos
orgânicos e naturais, esta sim preocupada com a saúde dos consumidores, tem se
expandido bastante e já é possível encontrar muitas marcas de desodorantes sem
parabenos, triclosan e alumínio na composição.
Cito algumas marcas,
como por exemplo, a Cativa, Arte dos Aromas, Alva, Live Aloe, BioEssência e Laszlo.
O importante
é deixar de usar essas substâncias até que se tenha CERTEZA e não existam mais
DÚVIDAS e sinceramente, empresas que usam a desculpa de que só existem
suspeitas ou que alegam que não existem estudos comprovando essas suspeitas não
merecem o meu respeito e muito menos o meu dinheiro.
Essas empresas tradicionais estão
jogando com a saúde dos consumidores, nos tratando como parte de um experimento.
Se for comprovado que essas substâncias são nocivas, só então, tomarão
providências e trocarão os componentes.
Como eu
posso afirmar que a jogam com nossa saúde? Simples, olhando para o que já foi
utilizado e depois proibido.
Começo citando o DDT (sigla de diclorodifeniltricloroetano), o
primeiro pesticida moderno, usado largamente usado após a Segunda Guerra Mundial para o combate aos mosquitos vetores da malária e do tifo que se mostrou
bastante eficiente a curto prazo, mas prejudicial à saúde humana a longo prazo,
pois o DDT pode ocasionar câncer, sendo banido de vários países na década de
1970 (no Brasil somente a partir de 2009).
Outro exemplo são os PCBs (Bifenilos policlorados) produto totalmente sintético,
sem qualquer fonte natural, utilizado a partir de 1922 para diversos fins,
como fluídos dielétricos em transformadores, condensadores e óleos de corte,
lubrificantes hidráulicos, tintas, adesivos, dentre outros e são grandes contaminadores
do solo atingindo lençóis freáticos e, por conseqüência acabam por atingir
lagos, rios e oceanos, contaminando a vida aquática. Em razão disso, os PCBs
foram proibidos nos Estados Unidos em 1988 e, no Brasil, embora tenha sido
proibida a fabricação e comercialização, foi permitido que os equipamentos já
instalados continuem em funcionamento até sua substituição integral ou a troca
do fluido dielétrico por produto isento de PCBs.
Evidente, portanto, que a postura da indústria tradicional é usar algo potencialmente nocivo até que se prove o contrário, sem qualquer postura preventiva. Para mim, só as suspeitas bastam para eu deixar de usar os desodorantes e antitranspirantes tradicionais e buscar um produto orgânico e natural, sejam os feitos por mim, sejam os produzidos por empresas conscientes e preocupadas com a produção de produtos saudáveis. É a minha saúde que está em jogo! Não quero e não vou fazer parte de um experimento da indústria tradicional que está focada no lucro.
Para mim, só
a suspeita basta!
Eu optei por
não ser cobaia!
Fui conferir meu "Banho-a-banho" e não tem parabenos, maaaaas contem triclosan e alimínio :( que triste porque é o único que conseguia usar sem me dar alergia!
ResponderExcluirMas que bom que nos sugeriu algumas opções!
Ótimo alerta!!! Obrigada!