Hoje comecei o dia pensando nas
pessoas que os ninos estão se tornando. Volta e meia me pego pensando se estou
conseguindo ensinar corretamente os princípios que acredito serem os certos, e
não é fácil não, temos que nos monitorar constantemente.
Semana passada eu e meu marido
decidimos sair para jantar, e como de costume, os ninos foram conosco.
Decidimos ir no Jabuti, um restaurante com a “pegada” de boteco – que eu amo – e
como meu marido está se recuperando de uma cirurgia no joelho, está andando com
muletas, e consequentemente ele anda mais lentamente. Estacionei o carro e
estávamos nos direcionando ao restaurante e os ninos chegaram antes e ficaram
conversando com o recepcionista, quando eu cheguei, ele nos cumprimentou pela
educação dos meninos, agradeci e segui para nossa mesa. Fiquei pensando o que fez
com que uma pessoa estranha elogiasse a educação dos meus filhos. Mas aí os
pensamentos foram longe... Me lembrei de
quando eles eram muito pequenos e nos acompanhavam em diversos eventos, e nunca
tive nenhuma incomodação, não porque meus filhos sejam aquelas crianças bem
tranquilas e quietinhas, não, eles são dois meninos bem ativos, curiosos e mega
imaginativos. Mas acho que nunca me incomodei porque sempre deixei bem claro o
limite deles.
Essa semana, conversando com o
grupo das meninas aqui do Inspiradas, uma delas contou que foi em um restaurante
com o marido jantar, e durante seu período dentro do restaurante teve que ouvir
repetidas vezes a música de um brinquedo que uma menina de aproximadamente 2
anos não se cansava. Essa história tem vários lados que podem ser analisados,
desde a minha amiga que saiu pra jantar e voltou revoltada para casa, já que se
irritou com a situação; da criança que estava tentando desesperadamente chamar
a atenção dos pais; dos pais que não estavam dando a atenção necessária e que
também não estavam ensinando os limites de viver em sociedade à criança.
Quando pensamos em sair, seja
para jantar fora ou mesmo passear no shopping, nunca pensamos que teremos que
conviver com uma criança chorando ou sendo inconveniente aos nossos padrões.
Isso porque normalmente remetemos essas atividades ao prazer, e isso não inclui
o choro estridente de uma criança, por exemplo, e talvez por isso nos
incomodamos tanto. Porém, temos o direito de nos sentirmos incomodados, e isso
não é errado como muitas pessoas pensam, afinal como aprendemos desde muito
cedo: “minha liberdade termina quando começa a do outro”; essa é uma regra não
dita do convívio em sociedade e é uma regra de ouro... Bem, eu acho pelo menos.
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Imagem Google |
Quando conseguimos ensinar nossas
crianças que necessitamos de limites para um desenvolvimento social adequado,
evitamos uma série de inconvenientes que muitas vezes acontecem. Afinal, elas
estão descobrindo o mundo, e é nosso dever ensinar da melhor maneira possível.
Digo isso, pois é assim que educo meus filhos, eles participam praticamente de
todas as atividades que temos, e realmente não me incomodo com eles, em nenhuma
situação, o que me deixa muito feliz. Mas essa é uma atividade constante, estou
sempre ensinando e os faço pensar nas situações que vivemos perguntando: “você
iria gostar de alguém do seu lado ouvindo uma música alto assim?” ou “como você
se sentiria se alguém ficasse batucando a mesa o tempo todo assim como você
está fazendo?”, por exemplo. Acho que o
maior segredo é esse, os fazerem ter empatia, entender como influenciamos as
pessoas ao nosso redor. Logicamente não ensino que eles devem abrir mão da sua
felicidade para agradar as outras pessoas, mas sim que podemos ser felizes e
respeitar as pessoas.
As crianças necessitam de
atenção, e quando não conseguem, elas vão fazer tudo o que tiverem ao seu alcance
para conseguir; seja através de ficar repetindo a mesma música inúmeras vezes,
como aconteceu com o que a minha amiga viu no restaurante, seja através de
gritos, manhas ou choros. É natural, elas vão nos testar, e vão precisar que
nós ensinemos os limites de cada situação. Se não ensinarmos, elas não saberão
o certo ou o errado, o agradável ou o inconveniente e irão crescer sem se
sentirem seguras em relação ao mundo.
Acho importante expor minha
opinião, pois sou mãe e convivo em sociedade onde conheço várias pessoas que
acham que o dever de educar é da escola, do terapeuta, da sociedade ou de
qualquer outra pessoa que não sejam eles, para que não precisem negar nada ao
seu filho e assim se sentirem felizes. Mas a educação é DEVER dos pais e é
dentro da nossa casa que aprendemos como conviver em sociedade. E digo isso
como a mãe que recebe elogios pela educação dos seus filhos e tendo a certeza
que estão crescendo felizes e com limites.
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Imagem Google |
Ótimo texto e que leva a uma profunda reflexão. A verdade é que vivemos em uma época em que muitos pais parecem acreditar piamente que a educação de seus filhos é obrigação de cuidadores, creche ou da escola... Crianças precisam de atenção, fato. E são os pais, e somente os pais que devem suprir essa necessidade deles.
ResponderExcluirIsso é bem verdade, como pais somos responsáveis pelo desenvolvimento das nossas crianças. Obrigada pelo carinho miga... :)
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