Sabe aquela reação natural de
quando a gente vê uma criança e quer já tocar, abraçar e beijar? Mas quantas
vezes nos perguntamos se a criança quer esse nosso carinho? Ela quer aquele
apertão na bochecha naquele momento? Ou aquele beijo? É bem fácil esquecer que as
crianças já têm suas vontades e personalidades desde muito pequeninas, e é
muito errado da nossa parte “esquecermos” disso.
Nunca fui uma mãe muito
convencional, digamos assim, vou contar um caso que aconteceu comigo quando o
Leo devia ter uns 3 anos para que entendam como eu penso e educo meus filhos.
O Leo é um menino muito doce e carinhoso, mas somente com quem ele conhece, e sempre
foi assim, desde bebezinho. Porém, ele tem uma opinião muito forte, e defende
ela sempre que pode e isso muitas vezes faz com que as pessoas achem que ele é
bravo. E um outro detalhe: ele tem os cabelos bem ruivos e olhos verdes, o que
faz que chame a atenção naturalmente por onde passa. Mas vamos a história: eu estava com ele no supermercado, e como
estava só eu e os dois ninos, coloquei eles sentados dentro do carrinho de
compras, e estava lá, andando entre as prateleiras escolhendo o que precisava e
em algum momento desses uma mulher se aproximou e começou a fazer carinho no
Leo (oi?) e ele olhou com uma cara muito feia pra ela deixando bem claro que
não estava gostando nada do que estava acontecendo. Ela percebeu e veio tirar
satisfação comigo “você não ensina ao seu filho receber carinho não?”. Eu só
respondi o seguinte: “ele sabe muito bem de quem quer receber carinho, ele
nunca te viu (e eu também não) então é natural ele não querer a sua atenção”. Ela
foi embora indignada que não chamei a atenção do MEU filho para que ELA pudesse
continuar a tocá-lo.
Com essa história, temos duas
vertentes a seguir: nós adultos temos que ter consciência que não temos
bandeira verde para tocar nas crianças quando bem entendermos, conhecendo a
criança ou não. Na verdade, é pior ainda quando não conhecemos, se eu ver um
homem bonito na rua, posso chegar fazendo cafuné no cabelo? Não né... Então
porque posso fazer isso com uma criança??? Eu não posso!!! Essa é a reposta,
simples assim. E a segunda vertente é: como educadores das crianças, temos que prepará-las
para o mundo, e no mundo real, não temos como diferenciar o toque despretensioso
de uma pessoa com o toque de quem tem outras intenções.
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Imagem Google |
Nessa segunda vertente, eu converso abertamente com os ninos, desde que começaram a entender, eu sempre digo, que ninguém pode tocar o corpo deles sem a autorização, nem mesmo de brincadeira. Na prática, eu ensinei que para ir no banheiro da escola, mesmo para fazer xixi é onde tem a portinha, e não no mictório; nos banheiros em locais públicos, quando eu estou sozinha com os ninos, vamos somente no banheiro de família; que as partes íntimas só podem ser mostradas – se for preciso – somente para os membros da família mais chegados e se realmente for necessário para algum professor ou responsável e eu quero sempre saber se isso aconteceu, isso são alguns exemplos dos cuidados que tenho com eles neste sentido.
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Até semana que vem Inspiretes!
Tema muito sério e que deve ser discutido a exaustão. Gostei muito do post e a forma como o assunto foi tratado. Parabéns!
ResponderExcluirRealmente temos que falar mais sobre isso, fico feliz em saber que gostou do post. Bjus
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